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A mostrar mensagens de 2020

Naked (1993) de Mike Leigh é soberbo

Não sei dizer como é que ainda não tinha posto os olhos em Naked (1993), uma vez que se situa como um filme de culto britânico desde a sua estreia em Cannes no ano de lançamento. Mike Leigh dá-nos uma história bruta, rodeada de ambientes que lhe fazem jus. Nas vivências suburbanas entre Manchester e Londres, Johnny é um vagabundo em busca de emoções e de se sentir vivo, a quem a ideia de bom senso não diz nada. A rudeza das ruas geladas da cidade condiz em perfeição com o isolamento que os seus habitantes sentem, num período de incerteza que evoca o virar do milénio como um possível apocalipse. Se esse apocalipse seria real ninguém sabia, mas a crise espiritual e humana está bem latente em cada interação dos personagens. O filme começa com um plano geral de Johnny num beco com uma mulher, enquanto têm relações sexuais e claramente ele passa a linha do agradável para a magoar. Isto acontece várias vezes ao longo do filme, notando que ele é uma pessoa sem noção dos limites. O

The Queen's Gambit (2020)

The Queen's Gambit (2020) é a nova série televisiva ficcional e de época, da Netflix, escrita por Scott Frank, Scott Allen e Allen Scott, que conta a história de Elisabeth Harmon, uma jovem órfã que se revelou um génio a jogar xadrez. A série, baseada no livro homónimo de Walter Tevis, conta com a atriz de Peaky Blinders (2013) , Anya Taylor-Joy, no papel principal e é de uma qualidade excelente. Desde o guião, representação, fotografia e cinematografia, a série envolve-nos num enredo emocionante que mostra tanto do mundo do xadrez competitivo nos anos 50 como da drama da vida pessoal da personagem principal. Foi lançada em formato minissérie e conta com 7 episódios de cerca de 50 minutos.  Beth é uma orfã de 8 anos, aparentemente sem nada de especial, até jogar o primeiro jogo de xadrez, jogo no qual descobre um enorme talento e escape à realidade. Vive num orfanato onde aprende a jogar na cave com um servente e onde é regra obrigatória a administração de tranquilizantes à

The Wave In The Mind (2004) de Ursula K. Le Guin

"The Wave In The Mind" (2004) é uma coleção de ensaios sobre a pessoa que escreve, o leitor e a imaginação. Da autoria da conceituada escritora Ursula K. Le Guin (1929-2018), que publicou mais de cem obras, entras as quais mais de cinquenta romances e dezenas de contos, ensaios e poemas, o livro convida a reflectir sobre a arte, sobre a ficção, sobre a imaginação, sobre a comunicação humana, a realidade e a necessidade que temos de a transcender, através da invenção. Vencedora de inúmeros prémios pelos seus trabalhos de ficção, a autora foi considerada pelo New York Times, em 2016, "a maior escritora viva de ficção científica dos Estados Unidos" mas mostra neste livro o seu lado mais real, considerando até que enquanto o escrevia não estava "a escrever".  O livro inicia com a capítulo "Personal Matters", em que a autora se introduz a vários temas que marcam a sua visão do mundo. No capítulo seguinte, "Readings", faz uma reflexão

"The Art of Loving: Story Of Michalina Wislocka" (2017) uma história incrível e inspiradora

"The Art of Loving: Story Of Michalina Wislocka" (2017 ), da cineasta polaca Maria Sadowska, conta a inspiradora história da médica Michalina Wislocka (1921-2005), especializada em ginecologia e primeira sexóloga da Polónia. O seu livro, " The Art Of Loving" , lançado em 1976, é considerado o primeiro guia sexual com origem nos países comunistas.  O filme, biográfico, narra a história de vida de Michalina e a luta que travou para publicar os seus conhecimentos. Num país dominado por perspectivas masculinas, a autora era considerada imoral e descredibilizada por muitos, desde outros médicos a membros da igreja. Porém foi o apoio da comunidade feminina, sedenta do que tinha para revelar, que a motivou a nunca baixar os braços. O seu objetivo principal sempre foi o de elevar a consciência sobre a sexualidade feminina. É uma história sobre amor e sobre sexo. Sobre intimidade e prazer. Sobre emancipação e direito a ser-se.  Michalina viveu uma vida pouco convencional, fa

Raised by Wolves da HBO

"Raised by Wolves" (2020) é a nova série televisa da HBO, que estreou a 3 de Setembro e conta já com 3 episódios. Criada por Aaron Guzikowski, mais conhecido por Prisoners (2013) e Papillon (2017), conta com os dois primeiros episódios produzidos por Ridley Scott, que é também produtor executivo. Do género ficção científica, a narrativa passa-se num futuro distópico em que a terra teve de ser evacuada após uma grande guerra, lançando humanos e androides á procura de um novo lar noutros planetas. Mother (Amanda Collin) e Father (Abubakar Salim) são dois androides incumbidos da missão de criar 5 crianças humanas no planeta Kepler 22B, que quando recebe a chegada de uma colónia humana começa a levantar problemas devido às diferentes crenças de cada facção. Os androides são ateus e devotos á ciência, os humanos são fanáticos religiosos. Ainda só estrearam 3 episódios mas que levantam já algumas questões interessantes. O papel de Mother, que começa com a dedicação e carinho que re

Magnetic (2018)

Documentário do realizador francês Thierry Donard, Magnetic (2018) explora as histórias de homens e mulheres que dedicam as suas vidas á adrenalina e á atração da conquista. O documentário foi gravado em vários locais, desde a Nova Zelândia ao Paquistão, mas curiosamente é em Portugal que abre e fecha. O documentário começa logo na Praia do Norte, na Nazaré, a mostrar-nos o que leva centenas de surfistas a procurar as ondas gigantes que lá se formam e os desafios que se lhes apresentam. Uma questão de vida ou de morte, muitas vezes, é a essência do que muitos procuram. A adrenalina de enfrentar o perigo e conseguir conquistar o medo. Seguimos para o snowboard, escalada e windsurf, para voltarmos à agua e às emoções que desperta. Como estes atletas se fazem aos perigos e enfrentam os seus medos não pode deixar de ser uma fonte de inspiração, além de todo o espírito de grupo que se cria em torno de cada modalidade. E o que nos mostram é isso mesmo, como a natureza chama e nos junta, faze

The Great (2020) com Elle Fanning e Nicolas Hoult é um caldeirão de sarcasmo, diversão e alguma história

Catherine "The Great", a imperatriz russa, é a personagem principal da nova produção de drama/comédia épica da Hulu, que sobressaí muito facilmente ao nos mostrar um lado da realeza que não estamos habituados. Trazendo reminiscências de "The Favourite" (2018), esta primeira temporada, com apenas 10 episódios, mostra o casamento do imperador Peter III com a imperatriz Catherine, nos primeiros anos do seu casamento e da chegada da imperatriz à Rússia. Huzzah! Se não faz ainda muito tempo falei aqui da produção "Catherine The Great" (2019) , que não me fascinou, esta última investida à época fez-me chorar de riso, mesmo que no que diz respeito aos factos históricos tome demasiadas liberdades. Mas esta não é uma série que pretende ser fiel aos factos, pretende, à luz do filme lançado em 2018, dar-nos uma caricatura divertida da vida nas cortes reais, ridiculizando os agentes que as povoavam e tornando-os relacionáveis. Por isso temos piadas que se relacionam m

Kingdom (2020)

Kingdom (2020), disponível na Netflix, é uma produção coreana em estilo de série de época com um twist sobrenatural. Distingue-se pela junção dos géneros no contexto asiático numa história repleta de intrigas, ação e violência.  Sua Majestade está doente e um complô para retirar o seu filho bastardo da linha de sucessão é ativado. Mas pode a rainha dar um herdeiro ao trono a tempo? Até onde vai a família da rainha para salvaguardar o seu poder? Além de todas estas questões uma praga começa a assolar o reino. É este o mote para o desenvolvimento da história, que é povoada por personagens fortes e carismáticas. Além disso, Kingdom (2020) tem uma execução técnica brilhante, com uma cinematografia e fotografia de excelência, definitivamente dignas do tempo investido. Os episódios são até agora 12, seis na primeira temporada e outros seis na segunda. Mas fica em aberto uma terceira temporada. A cinematografia, muito cuidada, apresenta uma estética a que não estamos habituados. Porém o uso d

The Last Of US II (2020)

Não foi há muito que joguei "The Last Of Us" na PS4. Por isso ainda tenho muitas das suas cenas vívidas na memória. Apesar de ter mudado de opinião sobre o jogo entretanto (que na altura achei desolador) devido á natureza crescente e abundante que circunda toda a tragédia e a essência da relação de Joel e Ellie, não deixa de se fazer sentir o desconforto perante toda a violência e dor que se apresenta no universo. É-me simplesmente difícil de digerir. Ainda assim, achei o primeiro jogo bem melhor do que o segundo, devido á profundidade com que se explora toda essa componente emocional. Se o primeiro jogo se centra maioritariamente na construção de uma relação de afeto entre Joel e Ellie, o segundo foca-se mais no sentimento de luto e de vingança.  Apesar de existirem várias relações de amorosas e de afeto, elas são secundárias e não a ignição da narrativa. No tema central temos as perspectivas de ambas as protagonistas do jogo: Ellie e Abby, que inicialmente é claramente a m

A Whisker Away (2020) Gatos e amor juvenil num anime de aquecer o coração

"A Whisker Away " (2020) é o novo anime disponível na netflix, repleto de gatos gigantes e mitologia. Conta a história de Miyo Sasaki, uma jovem em idade escolar que se apaixona por um colega de turma. O nome do filme foi escolhido para o lançamento internacional em associação a "Spirited Away"(2001), mesmo que a tradução fiel do título fosse muito mais original e representasse muito melhor a narrativa: "Wanting to cry, I pretend to be a Cat". Porque é isso mesmo que acontece. Miyo sofre de depressão e de vários traumas, originados pelo abandono precoce da sua mãe. Desde cedo se refugia na fantasia para lidar com o sofrimento, até que a sua atenção se volta para Kento Hinode, um colega de turma que mal repara na sua existência. Obcecada com o rapaz, Miyo faria de tudo para chamar a sua atenção e poder partilhar alguns momentos com ele. É quando conhece uma misteriosa figura felina falante, o vendedor de máscaras, que lhe oferece a oportunidade de se transf

Black Magick: The Awakening Vol. 1 e 2

"Black Magick" (2019), publicada pela Image Comics, e da autoria do escritor Greg Rucka e da ilustradora Nicola Scott, mistura os géneros de  policial fantasia numa novela gráfica com uma história intrigante repleta de figuras femininas poderosas. Num universo onde a magia e a dor existem, conhecemos Rowan Black, a personagem principal da história, uma detetive que trabalha no departamento de roubos e homicídios na polícia de Portsmouth, dedicada à profissão  e sem grande vida pessoal á parte dela, a não ser a relação que mantém com Alex, uma amiga de infância que ainda hoje a acompanha. Além de detetive, Rowan é uma bruxa oriunda de uma das famílias mais antigas de sempre. Carrega consigo a vontade e memória de centenas de mulheres suas ancestrais e é capaz de um poder tão grande que ainda nem ela lhe descobriu os limites. Alex pertence ao mesmo círculo e juntas as duas bruxas terão de enfrentar uma misteriosa ameaça que começa a a surgir e que irá por a prova a força e habi

Jane (2017): Graça, curiosidade e empatia, tal e qual a sua protagonista.

Jane (2017), realizado por Brett Morgen, é um documentário de cerca hora e meia que conta como a jovem Jane Goodall foi para África estudar os chimpanzés selvagens, na tentativa de melhor entender os primeiros homens e a evolução humana. A excêntrica viagem iria marcar toda a sua vida, abrindo-lhe as portas de um mundo pouco ou nada explorado, no qual acabaria por se sentir mais em casa do que em qualquer cidade. O observatório criado para os chimpanzés, no Gombe Stream National Park, na Tanzânia, é ainda o projeto de pesquisa de vida selvagem mais longo da história e Jane é ainda hoje ativista pelos direitos dos animais e preservação do planeta. O filme é cheio de graça, curiosidade e empatia, tal e qual a sua protagonista. Quando Jane foi para África no início dos seus vintes, não tinha um curso ou diploma. No entanto tinha vontade de aprender e o amor necessário á natureza. Iniciou os primeiros estudos sobre chimpanzés em ambiente selvagem e conseguiu mesmo fazer parte daquela comun

Gangs Of London (2020)

Gangs Of London (2020) é a nova série da Sky Original e conta com um elenco de luxo, com Joe Cole no papel principal, que já deu provas no género com a sua prestação em Peaky Blinders (2013 - ), em que interpreta John Shelby. Além do ator, Michelle Fairley (Game Of Thrones), Lucian Msamati (His Dark Materials) e Sope Dirisu (Humans) fazem parte do cast, numa produção ficcional violenta que retrata o submundo dos gangues da Londres atual.  A série é composta por 9 episódios e conta a história das lutas de poder que se criam quando Finn Wallace (Colm Meaney), o cabecilha da família de criminosos mais poderosa de Londres, é misteriosamente assassinado. Sean Wallace (Joe Cole) é o seu sucessor e fará o que for necessário para descobrir quem se atreveu a atacar o seu pai. Terá sido a família Dumani, companheira de longa data dos Wallace? Terão sido os Curdos? Os Albaneses? Os Paquistaneses? Ou ainda os viajantes galeses? A produção conta com uma cinematografia super elegante, desde os plano

Uncharted 4 (2016)

Nunca tinha jogado nenhum jogo da saga Uncharted. E apesar de os ter todos disponíveis optei por de momento jogar apenas o 4, por ser o mais recente. Não sabia muito bem ao que ia, mas o jogo surpreendeu-me pela positiva. "Uncharted 4: O Fim de um Ladrão", lançado em 2016 pela Naughty Dog, é um videojogo de ação e aventura que segue a história de Nathan Drake (Nolan North) e do seu irmão Sam (Troy Baker) quando presos numa prisão no Panamá. Juntos, não desistiram ainda de procurar o tesouro do pirata Henry Avery, que os emociona desde a infância. Nathan é o irmão mais novo e é com ele que jogamos. Tenho jogado muitos jogos cujos protagonistas são dois irmãos como  "Life Is Strange 2"  (2019) e "A Plague Tale: Innocence" (2019) e raramente a personagem principal é o irmão mais novo. Gostei desse pormenor.  Ao nível da jogabilidade, Uncharted faz em tudo lembrar Tomb Raider. Desde as aventuras arqueológicas que definem os cenários, às acções que fazemos e i

A Peste (1947) de Albert Camus

Escrita em 1947, pelo francês Albert Camus, "A Peste" é uma alegoria sobre como certos "males" se podem infiltrar na normalidade das nossas vidas em sociedade, sem ninguém dar por isso até que seja tarde de mais. Uma vez que a obra foi idealizada e escrita durante a Segunda Guerra Mundial, é impossível dissociá-la dos terrores do regime Nazi. Mas é também muito interessante fazer uma interpretação atual da metáfora. Essa interpretação pode ser feita pelas óbvias semelhanças entre a peste que assola os habitantes e trabalhadores da cidade industrial de Oran, na Argélia, e a pandemia mundial que vivemos em 2020, ou pelas ideologias políticas extremistas que por muito que pareçam erradicadas teimam em expressar-se e multiplicar-se como um vírus.  No entanto, é também uma história de solidariedade e cooperação que questiona a natureza humana.  A história passa-se na década de 40, na cidade de Oran, que é atingida por um surto de peste bubónica. No início do livro somos

Penny Dreadful City of Angels (2020)

Penny Dreadful (2014) é, para quem gosta de fantasia, uma série de culto. Eva Green fez-nos suspirar com a sua interpretação da assombrada Vanessa Ives numa Londres vitoriana totalmente gótica e repleta de mistério e superstição, diretamente influenciada pelo folklore londrino. Ao fim das três seasons que compõem a série, ficou um espaço que não voltou a ser preenchido. Penny Dreadful City of Angels (2020) pretende isso mesmo. Do mesmo criador John Logan, esta nova história passa-se em Los Angeles, no ano de 1938, numa cidade viva com o glamour de Hollywood e repleta de tradições e crenças mexicanas.  Ainda só saiu um episódio mas dele sabemos já da existência de vários confrontos: familiares, entre nacionalidades e políticos. Tiago Verga, interpretado por Daniel Zovatto, é o primeiro detetive com ascendência mexicana na cidade, o que começa a criar grandes conflitos com a sua comunidade e família. A presença sobrenatural também já se apresentou e desta vez temos ta

"Para Lá do Inverno" (2017) de Isabel Allende

A minha relação com Isabel Allende começou ainda na adolescência com "A Cidade dos Deuses Selvagens" (2002) e desde então que tenho a autora em muito boa conta. Passei muito tempo sem ler nada seu, mas com "O Caderno de Maya" (2013) Isabel Allende voltou a conquistar-me e "Para Lá do Inverno" (2017) só vem confirmar o sentimento que tenho pela sua escrita. "Para Lá do Inverno" (2017) é um livro mais maduro do que os tinha lido anteriormente, pois dá conta de vida de três adultos, Richard Browmester, Lúcia Maraz e Evelyn Ortega, cujos destinos de cruzam numa aventura inesperada que põe á prova a sua humanidade. A construção das personagens é bastante detalhada, assim como a representação dos seus mundos interiores e toda a história nos fala de temas relevantes para a nossa atualidade social. É uma história atual, passada nos EUA, em Brooklyn, Massachusetts, durante um furioso nevão que obrigou ao isolamento dos habitantes durante

Better Call Saul (2015 - )

Spin Off da aclamada série televisiva "Breaking Bad" (2008 - 2013), Better Call Saul (2015 - ) é uma prequela que nos leva atrás na história de Saul Goodman, mostrando como o seu percurso o levou aos eventos a que assistimos em "Breaking Bad". A série não é nova, mas encontrando-se atualmente na 5 temporada penso que vale a pena chamar a atenção por toda a mestria que demonstra a vários níveis, desde a escrita e á representação, mas quero focar-me essencialmente  nas artes da cinematografia e da edição ou montagem, após um breve enquadramento. Jimmy McGill é o irmão mais novo de Chuck, conceituado advogado e sócio do famoso escritório HHM. Ao contrário de Chuck, que é respeitado e estimado no seu meio profissional, Jimmy tirou o seu curso numa universidade de reputação duvidosa e é olhado como um outsider que ninguém percebe muito bem como é que foi ali parar. O próprio irmão o vê dessa forma, a ovelha negra da família. A única pessoa que está sempre do

Life Is Strange 2 excede-se ao tocar em temáticas sociais como a xenofobia, a homofobia, a injustiça social e o fanatismo religioso.

Quando falamos de videojogos que fazem uso de narrativas interativas "Life Is Strange" (2015), desenvolvido pelo estúdio francês Dontnod Entertainment e publicado pela Square Enix, vem logo á ideia. A história da jovem estudante de fotografia Maxine que descobre que tem a habilidade de voltar atrás no tempo fazendo com que cada uma das suas escolhas desencadeie um efeito borboleta comoveu e deixou muitos jogadores a chorar por mais. "Life Is Strange 2" (2019) é um pouco diferente, mas mantém muita da sua essência e excede-se ao tocar em temáticas sociais como a xenofobia, a homofobia, a injustiça social e o fanatismo religioso. É composto por 5 episódios e é jogado em perspectiva de 3ª pessoa.  Os eventos do jogo ocorrem após a destruição de Arcadia Bay (no primeiro volume) e a história apresenta-nos á vida de dois irmãos,  Sean de 16 anos e Daniel de 10, descendentes de pai mexicano e mãe americana, que cedo os abandonou. Residentes em Seattle, levam uma