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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2019

Americanah (2013) de Chimamanda Ngozi Adichie

Foi um pouco por sorte que me esbarrei com Chimamanda Ngozi Adichie e o seu belíssimo discurso "Todos devíamos ser feministas" . Não podia ter havido encontro mais feliz. Conquistada, passei à leitura do seu romance "Americanah" (2013) que explora em profundidade temas como a identidade, raça, género, amor, sexualidade e pertença, com uma honestidade brutal capaz de nos fazer rir e corar ao mesmo tempo. É um romance repleto de agência feminina e das mais detalhadas descrições e reflexões. Ifemelu é uma jovem nigeriana a estudar nos Estados Unidos da América. Moveu-se para lá devido à ditadura militar que se instalou no seu país, para estudar Comunicação. Mal se mudou para o novo país foi apresentada a um novo conceito, que apesar de não lhe dizer nada tem raízes profundas na sociedade em que se encontra. Na Nigéria não se pensa em raça. As pessoas dividem-se por classe, religião e género, mas a raça não é relevante, uma vez que quase toda a população é negr

Catherine The Great (2019) da HBO

Já vimos sendo habituados a mini séries de alta qualidade produzidas pela HBO. Um desses recentes casos foi Chernobyl (2019), que me deixou com grandes expectativas para esta produção. Catherine The Great (2019) é uma série biográfica que consta de 4 episódios e relata a vida da imperatriz russa após a morte do seu marido Peter III, altura em que tinha 33 anos. A equipa conta com vários bons atores e atrizes, entres os quais Helen Mirren, Jason Clark e Rory Kinear.  Se podia ter chegado ao nível de séries de época biográficas que têm como protagonistas mulheres fortes, como The White Queen (2014) , a história fica aquém do desejado quando se foca demasiado nas relações íntimas da monarca com variados homens e no seu romance com Potemkin. Sendo a mulher que esteve à frente de grandes expansões russas penso que era mais interessante ter-se explorado as suas ambições, estratégias, conflitos e manuseamentos políticos. O que se fica a saber é que Catherine não suportava Peter II

Joker (2019) de Todd Phillips

  O que separa o humor da maldade? Onde está a linha que define? Joker não é um filme de super heróis. Na verdade, não podia ser mais humano. Todd Phillips apresenta um filme profundamente tocante, que questiona a sociedade, personagens que crescemos a saber que eram "do bem" e, acima de tudo, questiona-nos a nós próprios. Joaquim Phoenix é brilhante. Por mim pode levar o Óscar para casa. Interpreta o vilão de uma forma totalmente multidimensional, levando-nos da maior vulnerabilidade à completa loucura. Vilão que neste filme é o underdog, e ao qual desejei o maior sucesso e empoderamento. Arthur é uma pessoa triste e solitária, com uma vida simples. Trabalha precariamente como palhaço em animações de hospitais e lojas e toma conta da sua fragilizada mãe, que tem a sua autonomia limitada devido ao estado de doença. O filme começa logo com uma cena cruel, em que Arthur é espancado por um bando de adolescentes após lhe terem roubado o sinal de descontos que manuseava à