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A mostrar mensagens de 2019

A Christmas Carol (2019)

"A Christmas Carol" (2019), é uma adaptação do livro homónimo de Charles Dickens datado de 1843. A história já foi muitas vezes adaptadas para o cinema e televisão. Desta vez chega-nos pela mão de Steven Knight (Peaky Blinders, Taboo),  e é-nos dada em 3 episódios que juntos se mostram um filme de 3 capítulos. A produção contou com os conceituados Tom Hardy e Ridley Scott como produtores executivos. No papel principal apresenta-se Guy Pearce, que interpreta Ebenezer Scrooge, um cínico e frio investidor que despreza a humanidade em geral. Esse desprezo torna-se mais evidente à medida que a noite de Natal se aproxima e as pessoas andam felizes e expressam amor e compaixão. Ao mesmo tempo que Scrooge batalha contra o que  diz ser a mentira natalícia, pois o ser humano não é mais do que uma "besta", o seu falecido sócio, Jacob Marley, é acordado da sua sepultura. Apresentado ao purgatório Jacob é avisado que para se salvar não basta redimir-se, mas tem de convencer

On Writing de Stephen King (2000)

"On Writing", de Stephen King, é um livro curto e conciso. Surgiu da necessidade do autor partilhar alguns dos seus conhecimentos sobre o trabalho de escritor propriamente dito, a escrita, e de dar vários conselhos a quem se interessa pela atividade. Stephen King é um dos autores mais prolíferos da atualidade, tendo na sua carreira já publicado mais de 60 livros, 200  short stories e 6 trabalhos de não ficção. Além disso, os seus trabalhos já foram adaptados para o cinema e televisão em mais de 60 produções. Obviamente que umas são mais memoráveis do que outras. Entre as melhores estarão "The Shinning" (1980) realizado por Stanley Kubrick, "The Shawshank Redemption" (1994), "The Green Mile" (1999) e "The Mist" (2007) realizados por Frank Darabont e "It" (2017) realizado por Andy Muschietti, entre muitos outros. Apesar de nunca ter entrado pela obra literária do autor, vi muitos dos filmes a que deram forma. Curiosamente,

Klaus (2019)

Amor ou ódio? Compaixão ou ressentimento? Klaus, o recente filme de animação de natal da Netflix, conta a história de uma amizade improvável que deu origem a um certo senhor de barbas comprimidas e vestes vermelhas que conhecemos como Pai Natal. O filme questiona também as bases das nossas relações mais íntimas e, numa luta feroz, quais são os instintos que prevalecem.  Tudo começa com Jesper, um jovem mimado e egoísta sem objectivos de vida. Para o castigar, o pai de Jesper, dono do serviço de correios, põe-no na academia de carteiros onde deliberadamente se mostra o pior aluno, para poder voltar para a sua vida recheada de mordomias. Não convencido e decidido a dar uma lição ao filho, o pai de Jesper envia-o então para a remota e gelada ilha de Smeerensburg, onde o serviço de correios nunca conseguiu singrar. O ultimato é de que, se não conseguir submeter 6000 cartas no espaço de um ano, vai ser renegado da família e cortado de todos os luxos.  Jesper chega à ilha e na c

The Imagineering Story (2019) O poder da imaginação de Walt Disney

Imagineering Story (2019) conta a história da criação, construção e desenvolvimento dos primeiros parques da Disney. É nos entregue pelo recente serviço de streaming Disney+ e mostra, em forma de documentário, behind the scenes espetaculares ao mesmo tempo que nos dá uma noção do que é preciso para manter uma fábrica de sonhos e felicidade ativa.  Imagineers são os imaginativos engenheiros que seguiram Walt Disney e que, numa pioneira simbiose de criatividade e tecnologia, perseguiram visões e alcançaram diversões que espantaram e espantam ainda hoje milhares e milhares de pessoas. Fazem-no até ao dia de hoje. A série conta ainda com apenas 2 episódios, que retratam o período da criação do primeiro parque em Los Angeles, a 17 de julho de 1955, o único a ser construído sob a supervisão direta de Walt Disney, até à criação do primeiro parque fora dos Estados Unidos da América, em Tóquio, no Japão, no ano de 1983. Já familiarizados com os filmes de animação, o que os japonese

Trine 4: The Nightmare Prince (2019)

Trine 4: The Nightmare Prince (2019) da Frozenbite, mantém-se fiel à estética dos jogos anteriores, numa nova aventura que permite percorrer novos cenários idílicos com os três heróis Zoya, Pontius e Amadeus. Pode ser jogado em single player, couch co op ou multiplayer online. Os três heróis reúnem-se uma vez mais para salvar o príncipe amaldiçoado, que ao experimentar magia negra ganhou uma nova inimiga... a sua própria sombra. Como sempre a banda sonora é incrível, fazendo-nos viajar por paisagens repletas de magia e mistério. A jogabilidade é muito parecida com o Trine 1 e 2 e menos com o Trine 3, que tentou adaptar-se a 3 dimensões. Assim vamos passando de nível em nível, resolvendo puzzles e superando desafios que permitem um enorme leque de possibilidades na sua resolução, deixando espaço para o uso da criatividade e para a diversão. A ladra Zoya com a sua corda e flechas, o feiticeiro Amadeus com a possibilidade de criar objetos e os manipular e o cavaleiro Ponti

Blackbird (2018) Volume 1

Blackbird (2018) é uma novela gráfica escrita por Sam Humphries e com arte de Jen Bartel e Triona Farrell. A história segue Nina, uma jovem desequilibrada de 23 anos, que luta contra o seu vazio existencial à medida que descobre, em Los Angeles, um mundo paralelo mágico, envolto em mistérios e aventuras. As ilustrações são repletas de cores fortes e neons e detalhes que preenchem de vivacidade cada momento. O primeiro volume cobre da #1 à #6 publicação. Aos 13 anos, Nina previu o fim do mundo. Apesar de não estar correta, um enorme terramoto chegou. Foi salva por um belo monstro grande e azul, que todos viram, mas esqueceram. Nina não esqueceu... e com 23 anos sabe que a magia existe. Só não a voltou encontrar. O seu sonho é tornar-se uma Paragon, mestre da magia. Mas será que tal coisa existe? As teorias da conspiração online são a única conexão que consegue encontrar com esse mundo paralelo e a sua crença parece já não ser força suficiente perante uma vida sem grande sentido

Americanah (2013) de Chimamanda Ngozi Adichie

Foi um pouco por sorte que me esbarrei com Chimamanda Ngozi Adichie e o seu belíssimo discurso "Todos devíamos ser feministas" . Não podia ter havido encontro mais feliz. Conquistada, passei à leitura do seu romance "Americanah" (2013) que explora em profundidade temas como a identidade, raça, género, amor, sexualidade e pertença, com uma honestidade brutal capaz de nos fazer rir e corar ao mesmo tempo. É um romance repleto de agência feminina e das mais detalhadas descrições e reflexões. Ifemelu é uma jovem nigeriana a estudar nos Estados Unidos da América. Moveu-se para lá devido à ditadura militar que se instalou no seu país, para estudar Comunicação. Mal se mudou para o novo país foi apresentada a um novo conceito, que apesar de não lhe dizer nada tem raízes profundas na sociedade em que se encontra. Na Nigéria não se pensa em raça. As pessoas dividem-se por classe, religião e género, mas a raça não é relevante, uma vez que quase toda a população é negr

Catherine The Great (2019) da HBO

Já vimos sendo habituados a mini séries de alta qualidade produzidas pela HBO. Um desses recentes casos foi Chernobyl (2019), que me deixou com grandes expectativas para esta produção. Catherine The Great (2019) é uma série biográfica que consta de 4 episódios e relata a vida da imperatriz russa após a morte do seu marido Peter III, altura em que tinha 33 anos. A equipa conta com vários bons atores e atrizes, entres os quais Helen Mirren, Jason Clark e Rory Kinear.  Se podia ter chegado ao nível de séries de época biográficas que têm como protagonistas mulheres fortes, como The White Queen (2014) , a história fica aquém do desejado quando se foca demasiado nas relações íntimas da monarca com variados homens e no seu romance com Potemkin. Sendo a mulher que esteve à frente de grandes expansões russas penso que era mais interessante ter-se explorado as suas ambições, estratégias, conflitos e manuseamentos políticos. O que se fica a saber é que Catherine não suportava Peter II

Joker (2019) de Todd Phillips

  O que separa o humor da maldade? Onde está a linha que define? Joker não é um filme de super heróis. Na verdade, não podia ser mais humano. Todd Phillips apresenta um filme profundamente tocante, que questiona a sociedade, personagens que crescemos a saber que eram "do bem" e, acima de tudo, questiona-nos a nós próprios. Joaquim Phoenix é brilhante. Por mim pode levar o Óscar para casa. Interpreta o vilão de uma forma totalmente multidimensional, levando-nos da maior vulnerabilidade à completa loucura. Vilão que neste filme é o underdog, e ao qual desejei o maior sucesso e empoderamento. Arthur é uma pessoa triste e solitária, com uma vida simples. Trabalha precariamente como palhaço em animações de hospitais e lojas e toma conta da sua fragilizada mãe, que tem a sua autonomia limitada devido ao estado de doença. O filme começa logo com uma cena cruel, em que Arthur é espancado por um bando de adolescentes após lhe terem roubado o sinal de descontos que manuseava à

100 publicações no The Upsidedown Space

Chegamos finalmente às 100 publicações deste blogue. Em jeito de celebração, vou fazer um apanhado dos 10 posts mais lidos desde 2016, altura em que iniciei este projeto que em muito me ajuda a modelar o caos da existência e dar forma à minha vida, além de me manter constantemente motivada a descobrir coisas novas na esperança de as partilhar com like minded people e quem sabe dar uma sugestão ou outra que possa ser de interesse. Por ordem apresento então a publicação mais lida até à décima mais lida, com as respectivas ligações: Garden Of Words (2013) de Makoto Shinkai Kedi (2016) Na pele dos gatos de Istambul Nanette (2018) de Hannah Gadsby e a dor que o humor esconde Serpentes de Água- Tony Sandoval "As Crónicas de Gelo e Fogo" de G. R. R. Martin - Livro I e II Deep Dark Fears de Fran Krause O Livro Tibetano da Vida e da Morte Carnival Row (2019) Patrick Melrose (2018) Hellblade: Senua's Sacrifice

The Dark Crystal: Age of Resistance (2019) A mestria das marionetas na era do CGI

The Dark Crystal: Age of Resistance (2019), série lançada pela Netflix no fim de Agosto deste ano, é a prequela do filme The Dark Crystal (1982), e conta a história dos habitantes do planeta Thra, onde a magia prolifera, após a invasão dos tiranos Skeksis. Até à sua chegada, Thra e os seus habitantes viviam em equilíbrio e harmonia, alimentados pelo enorme poder do cristal. Ganaciosos e maldosos, os Skeksis partem o cristal que se corrompe, e começam a roubar a essência dos Gelflins, ameaçando assim a sua existência. Num mundo de fantasia com cenários super elaborados e um grande leque de criaturas, são marionetas que dão vida à ação e emoção e espantam ao mostrar como histórias inspiradoras podem ser contadas através de qualquer técnica. Numa época em que o CGI é rei e quanto mais melhor, é incrível como se torna acolhedor um mundo que é construído na realidade. Claro que são sempre usados efeitos em determinadas cenas, mas no geral os bonecos existem e são animados por pesso

The Dark Pictures: Man of Medan (2019)

Dos mesmos criadores de Until Dawn (2015) , a Supermassive Games, saiu recentemente Man of Medan (2019), o primeiro de vários jogos a integrar a saga The Dark Pictures. A aventura é uma narrativa interativa que permite 2 a 5 jogadores e está claramente desenhada para ser jogada de uma vez, num serão com amigos/as. Do ponto de vista da cooperação, o jogo funciona bem, é divertido e espero que apareçam mais deste género. Da mesma saga já está previsto o próximo "Little Hope" (2020), que apesar de receber contornos narrativos totalmente distintos está previsto funcionar da mesma forma ao nível da jogabilidade. Voltando a Man of Medan (2019), a história inicia-se numa fragata da Segunda Guerra Mundial, em que jogamos com um dos militares e nos apercebemos de que algo demoníaco está também a bordo. Depois somos transportados para o presente, com um grupo de amigos que vai fazer mergulho no alto mar. Atacados por um grupo de piratas modernos e embrulhados num

Carnival Row (2019)

Carnival Row (2019) estreou recentemente na Amazon Prime e é um mundo de fantasia crime e mistério que se passa num local e época que relembra a Londres Vitoriana. Mistura um toque de Penny Dreadful , pelas criaturas, crime e mistério e Downtown abbey, pela critica social que se faz sempre sentir presente.  A série tem como protagonistas Orlando Bloom e Cara Delavigne. Orlando Bloom interpreta Rycroft Philostrate, um misterioso detective em Burgue e Cara Delavigne interpreta Vignete Stonemoss, uma pixie refugiada. A narrativa principal é o romance entre os dois, à medida que vamos sendo apresentados às suas personalidades e ao seu passado.  Orlando Bloom faz um trabalho excelente. O ator já é conhecido de outros papéis em filmes de fantasia, como Legolas na triologia "O Senhor dos Aneis". Porém, Philo é uma personagem mais densa, misteriosa e negra, que nos aguça a curiosidade.  Cara Delavigne faz um bom trabalho. Pessoalmente, tenho alguns problemas co

Once Upon a Time in Hollywood (2019) de Quentin Tarantino

Quentin Tarantino está de volta e o esquadrão é nada mais nada menos do que Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e Margot Robbie. "Once Upon a Time in Hollywood" reconta os terríveis eventos que levaram à morte da atriz Sharon Tate, assassinada por membros da Manson Family, o culto liderado por Charles Manson, em tons de conto de fadas onde os finais felizes acontecem. É sem dúvida uma ode a Hollywood, a fábrica de sonhos moderna por excelência que Tarantino tanto ama. Leo DiCaprio dá corpo a Rick Dalton, uma personagem fictícia que é um ator em plena crise existencial à medida que se tenta adaptar ao fim da época dourada de Hollywood, nos finais da década de 60, e dar o derradeiro salto da TV para o cinema. Brad Pitt interpreta Cliff Booth, personagem também fictícia, que é o duplo de Rock Dalton.  Margot Robbie é Sharon Tate. A crise de Rick representa em parte a mudança cultural da altura em que a televisão e o cinema passaram para uma fase muito mais violenta. Viol

Mindhunter: O fascínio pelo extremo lado negro da mente humana

Mindhunter (2017), com produção de David Fincher, que realiza também vários episódios, já nos tinha surpreendido ao contar a história de Ed Kamper, através dos olhos da equipa do FBI que deu início ao estudo comportamental e psicológico de assassinos em série. A primeira temporada foca-se essencialmente em Holden Ford (Jonathan Groff) , um novo agente especial na Unidade de Ciências Comportamentais do FBI. Nesta segunda temporada a história expande à vida pessoal dos restantes personagens e introduz novos assassinos. Entre eles e estão Son Of Sam, Charles Manson e o já mencionado, na primeira season, BTK.  O aclamado realizador que se solidificou no género de crime psicológico com "Se7en" (1995), um clássico contemporâneo, traz muito dessa estética para esta série.  A dinâmica de Holden Ford e Bill Tench (Holt McCallanny) lembra Morgan Freeman e Brad Pitt em "Se7en" (1995) deixando sempre em aberto a relação de companheiro/inimigo que o agente mais exper

Tolkien (2019): Uma biografia do génio que criou a fantasia moderna

Tolkien (2019), escrito por David Gleeson e Stephen Beresford e realizado por Dome Karukoski, mostra-nos a vida do autor que revolucionou o género literário de fantasia, dando origem à fantasia moderna. É a referência dos grandes autores do género contemporâneos, incluindo George R. R. Martin, criador da saga de sucesso " A song of Ice and Fire ". Os filmes baseados na obra do autor cativaram a imaginação de uma geração inteira, senão mais, com as triologias de "O Senhor dos Anéis" e " The Hobbit", recheadas de magia e fantasia, mas acima de tudo de valores como a amizade e o companheirismo. Por isso quando vi o trailer não consegui deixar de sentir uma enorme excitação por ver um retrato biográfico de uma mente tão singular. Além de que me tinha iniciado recentemente na sua obra literária com " Beren and Luthien ". A escolha do ator para interpretar John Ronald Ruel Tolkien agradou-me. Nicholas Hoult tem o perfil pedido para o papel e j

Long Shot (2019): Inteligência e diversão com Charlize Theron e Seth Rogen

Não sou especialmente dada a comédias românticas. Por isso, quando uma me faz rir so início ao fim, com piadas certeiras, agudas e inteligentes, desconfio logo que estou perante algo com valor. Não necessariamente brilhante, mas com valor. "A Long Shot" (2019) escrito por Dan Sterling (Girls, 2012) e Liz Hannah (The Post, 2017) e realizado por Jonathan Levine, encontra-se nesse espectro. O filme mistura alguns dos temas mais acessos da contemporaniedade com cenários absolutamente ridículos, misturando drama político, romance e comédia grosseira numa receita de sucesso. Conta o reencontro do jornalista Fred Flarsky (Seth Rogen) com a sua antiga babysitter e fantasia romântica, Charlotte Field (Charlize Theron), após se despedir do jornal independente onde trabalhava devido à sua aquisição por uma grande corporação. O filme vive da interação do casal, que garante constante química. Charlotte Field é secretária de estado e sempre foi ativista pelo ambiente e vai agor

The Umbrella Academy (2019)

A mais recente série de Steve Blackman, já conhecido pelas participações em Fargo (2014), Legion (2017), e Altered Carbon (2017), põe a icónica Ellen Page no centro do ecrã, num enredo fantástico que se serve do drama familiar como catalizador da acção.  Vanya é a sétima e última dos irmãos adoptivos que compõem a The Umbrella Academy, fundada pelo seu pai adotivo milionário para dar sentido à estranha condição dos seus filhos. Todas as crianças nasceram no mesmo dia, filhas de mães que nunca tinham estado grávidas até ao momento do parto. Não fosse isso já suficientemente fora do comum, todas crianças, indesejadas pelas suas mães biológicas, foram revelando ter poderes, à medida que cresciam no seu lar adoptivo. Todas menos Vanya, a número sete. Luther, número 1, é um astronauta com o corpo de macaco gigante, dotado de super força e durabilidade. Diego, número 2, tem super agilidade e a habilidade de curvar qualquer objecto. É, no entanto, uma personalidade rebelde. Alis