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The Dark Pictures: Man of Medan (2019)

Dos mesmos criadores de Until Dawn (2015), a Supermassive Games, saiu recentemente Man of Medan (2019), o primeiro de vários jogos a integrar a saga The Dark Pictures. A aventura é uma narrativa interativa que permite 2 a 5 jogadores e está claramente desenhada para ser jogada de uma vez, num serão com amigos/as.


Do ponto de vista da cooperação, o jogo funciona bem, é divertido e espero que apareçam mais deste género. Da mesma saga já está previsto o próximo "Little Hope" (2020), que apesar de receber contornos narrativos totalmente distintos está previsto funcionar da mesma forma ao nível da jogabilidade.


Voltando a Man of Medan (2019), a história inicia-se numa fragata da Segunda Guerra Mundial, em que jogamos com um dos militares e nos apercebemos de que algo demoníaco está também a bordo.
Depois somos transportados para o presente, com um grupo de amigos que vai fazer mergulho no alto mar.
Atacados por um grupo de piratas modernos e embrulhados numa grande tempestade, vão dar à fragata abandonada em alto mar. Quando lá entram, têm de lidar com um ambiente fantasmagórico e tentar sair de lá com vida.
É uma história de horror madura que foge aos clichés dos monstros  e criaturas.
As personagens são distribuídas pelo número de jogadores e as escolhas de cada um vão determinar o seu desfecho. 
O jogo tem, no entanto, alguns aspetos que não o deixa elevar-se ao nível do seu predecessor.
Desde logo a sua duração, que se fica por pouco mais das quatro horas. Se esta escolha funciona bem para jogar em modo "Movie Night", num serão com amigos, no que diz respeito ao desenvolvimento da história parece pouco. As primeiras horas são dedicadas à interacção entre personagens, começando a aventura de uma forma mais lenta. Depois quando passa à acção parece que o ritmo se altera de forma um pouco forçada.
A minha experiência de jogo foi na PS4 e fizeram-se notar desde o início alguns problemas de framerate. Por outro lado, os ambientes são ricos em texturas e em luz e sombras e as personagens são realistas e expressivas.
Ainda só joguei uma vez, e é claro que um jogo desta natureza pede mais do que uma tentativa para se perceber os seus ramos narrativos. Sei que há muitas cenas que não foram desbloqueadas mas, ainda assim, gostava que houvesse mais oportunidade para tomar escolhas e talvez cutscenes menores. Mesmo sendo fã de narrativas interativas e de cutscenes, um jogo quer ser jogado. E este podia ter mais oportunidades de interação com os ambientes, por exemplo. 

Outro ponto que nem sempre me fascinou foi a cinematografia. Until Dawn (2015) maravilhou-me com os Overhead Shots que seguem as personagens pelos corredores e foi pena não terem utilizado nada do género aqui, uma vez que grande parte da aventura decorre em corredores claustrofóbicos da fragata abandonada, deixando muitas vezes a sensação de não sabermos onde estamos.

"Man of Medan" (2019) brilha na possibilidade que dá de partilhar a sua história, porém podia ser muito mais elaborado.

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