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Uma hora de Judith Butler a falar sobre género, performatividade feminismo e interseccionalidade

 

Hannah Gadsby e a responsabilidade do discurso

Recentemente tivemos em debate na televisão portuguesa o Humor e as novas sensibilidades que o condicionam. Quando falam em humor, mesmo na presença de conceituados comediantes portugueses, como o Herman, Maria Rueff ou Luís Franco Bastos, entre muitos outros, não consigo evitar mencionar o espetáculo Nanette de Hannah Gadsby.  O debate, "Rir é o melhor Remédio" , no Prós e Contras, discutiu muito até onde pode ir o humor, nomeadamente o chamado humor negro, que faz piadas até com a maiores desgraças da humanidade, o qual teve como representante o polémico Rui Sinel de Cordes.  Hannah Gadsby, no seu discurso do evento The Hollywood Reporter: Women in Entertainment, fala de linhas. Da responsabilidade que temos nas linhas ideológicas que desenhamos e na história que contamos acerca de nós próprios. Se penso que as duas temáticas se relacionam é pelo facto de sempre se discutir quem é que tem o direito de dizer o que é aceitável ou o que não. Hannah Gadsby dá ...

Memórias do Boom Festival 2018

Bem acredito que palavras só não traduzam fielmente a experiência. Mas, agora, de regresso a casa, muito há que contar sobre uma semana passada nas margens da lagoa de Idanha-a-Nova,  na herdade a que se chama Boomland . Poucos são os festivais que se comparam na diversidade de áreas culturais e de entretenimento que o Boom Festival apresenta,  sendo que em Portugal não há nenhum que lhe sirva de comparação.  Apesar de existirem organizações de eventos imensamente competentes nas suas áreas,  no que diz respeito à cultura psicadélica e ao sentido de comunidade, o Boom é único. Este ano a celebração foi em honra à Sagrada Geometria, presente em toda natureza. Nos 7 dias de festival estiveram presentes pessoas de 147  nacionalidades diferentes fazendo com que,  mesmo em solo nacional,  a língua inglesa predomine,  sob o moto de "Love Has No Flag". Outro moto muito presente foi o de "Unplug to Connect" encorajando todos a deixar os ecr...

Boom Festival 2018 - 22 a 29 de Julho

Foi em 2016 a minha primeira experiência no Boom Festival, em Idanha-a-Nova. Já tinha ido, ao longo dos anos, a festivais que aclamam ter a mesma filosofia mas nenhum tão completo e diverso nas atividades. Partilhei essa experiência num artigo que escrevi à data, deliciada com o que vivi lá:   " Boom Festival: um lugar de encontro entre o corpo, a mente e o espírito " . A duas semanas da edição de 2018 do festival, e com os preparativos já em marcha, invade uma enorme nostalgia e excitação. São 7 dias completos, com um programação extensiva, desde concertos a Dj's, workshops e palestras, exposições e espetáculos, entre muitas coisas. Para mim, a cereja no topo do bolo são duas aulas diárias de Aerial Yoga com a Jaya Yoga Team. Para quem quiser ter uma noção melhor do que o evento tem para oferecer existem montanhas de vídeos no youtube, dos quais sobressaem os seguintes documentários e webdocs: Boom Festival 2012 Film - The Alchemy Of Spirit ...

Quando o passado já não tem lugar no presente

Escrevi aqui no blogue, há uns tempos, uma review sobre " Patrick Melrose" ,  uma série britânica que explora como os traumas de criança da personagem principal afetam a sua vida adulta. Escrevi também sobre a peça de Hannah Gadsby, "Nanette"  , em que ela faz, num espetáculo de humor, uma brilhante argumentação contra a comédia como meio de lidar com situações traumáticas. A propósito destas coisas, e muitas outras que fui vendo e lendo, inclusive conversas com amigos e amigas, tenho-me questionado quando é tempo de pôr um ponto final e deixar certos traumas onde pertencem: no passado. Qual é a altura de deixar o passado no passado e até que ponto é que reviver situações desagradáveis é saudável para quem as viveu? A propósito disso, fiz uma breve pesquisa e deparei-me com um artigo de 2014 do The Guardian , que fala precisamente sobre isso e ilustra alguns dos pontos que já me têm surgido. Walter Mischel, mais conhecido pelo teste do Marshmallow, q...

Nanette (2018) de Hannah Gadsby e a dor que o humor esconde

Desconhecia de todo Hannah Gadsby, mas bastou-lhe pouco mais de uma hora para me conquistar totalmente.  Nanette (2018) é o espetáculo mais recente da comediante australiana e explora o humor como forma de lidar com a dor, cristalizá-la, escondê-la e minimizá-la. É uma comédia que chama a atenção para a necessidade de não tratar como comédia temas sem piada, argumentando constantemente contra si própria. É uma chamada de atenção à auto-depreciação que, apesar de ter sido defendida por filósofos estóicos como uma das melhores armas contra o insulto, pode também ser nociva. Não será afinal essa uma reação de medo?  Não conheço os espetáculos anteriores da autora, mas pelo que conta fez carreira com piadas sobre os problemas da sua vida. Desde a dificuldade que teve em assumir a sua sexualidade numa pequena cidade da Tasmania, onde a homossexualidade era ainda considerada crime em 1997, à necessidade que temos de nos sentir inseridos em grupos e a todas as dificul...

"O que sabemos é que, se não estivermos preparados para errar, nunca conseguiremos nada de original"

Esta talk de Ken Robinson é já de 2006, mas dela só conhecia algumas frases presentes numa qualquer música de trance que muito me acompanha enquanto conduzo. É uma reflexão sobre o sistema de ensino e sobre a criatividade que, pelo que me apercebi, já é considerada um clássico. Para quem ainda não a viu, ou para simplesmente relembrar, deixo-a aqui:

Making Of do anúncio do Homepod da Apple

Há uns dia publiquei aqui o que achei do novo anúncio do Homepod da Apple . Agora, partilhado o Making Of da produção, percebe-se que o uso dos cenários foi a grande aposta e o uso de VFX foi ainda menor que o que inicialmente pareceu.    Spike Jonze optou por cenários reais, que se vão movendo de acordo com a coreografia. Para quem tiver curiosidade vale a pena ver e perceber como foi feito.

Anúncio do Homepod: Fka Twigs mais uma vez a dar a cara à publicidade

Fka Twigs volta a dar a alma a cara e o corpo no novo anúncio do Homepod da Apple num vídeo da autoria de Spike Jonze e ao som de "Til It's Over" de Anderson Paak. Além do aparelho, equipado com o sistema da Apple Musica e da Siri, capaz de uma escolha musical autónoma e com controlos para smart homes, a conceptualização do anúncio está muito bem conseguida, movendo a casa e fazendo com que dance juntamente com a artista. A junção dos recursos a vfx com os cenários está feita de uma forma harmoniosa que se liga naturalmente. Uma mistura de vários elementos capazes de agradar numa apresentação inspiradora e alegre. 

Correção de cor: Dunkirk, The Shape of Water, The Darkest Hour e Blade Runner 2049

No canal de youtube cinecom.net, dedicado à realização de cinema criativo e de baixo custo, fizeram um tutorial das correções de cor de 4 filmes nomeados aos Óscares: Dunkirk, The Shape of Water, The Darkest Hour e Blade Runner 2049. Super útil para quem quiser tentar recriar os looks destes filmes. Estão também disponíveis os ficheiros da correção de cor para o Adobe Premiere Pro para quem quiser simplesmente aplicá-los e ajustar. 

Find your words: campanha de sensibilização sobre a depressão encoraja à expressão

"Find Your Words" é a campanha da Kaiser Permanente que pretende suavizar o estigma em volta da depressão. Através do incentivo à palavra, seja numa conversa, num pedido de ajuda, ou num poema, (como mostra o vídeo da apresentação da campanha) foca na importância de se falar e se reconhecer os sintomas da doença, uma vez que é uma das doenças que afeta hoje milhões e se torna ainda demasiado privada. O vídeo de apresentação desenrola-se com um adolescente a recitar um excerto de uma letra da música "I" de Kendrick Lamar, artista que esteve no dia 16 de Julho deste ano no Super Bock Super Rock, em Lisboa. Começa logo com a questão: "What you gonna do?/Lift up your head and keep moving?/Or let the paranoia haunt you?" https://findyourwords.org/welcome Felizmente tive a oportunidade de ir ver o concerto de Kendrick Lamar, um artista de hip hop de extrema qualidade lírica e belíssimo flow, que se apresenta com uma banda composta por excelente...

Leonard Cohen "You Want It Darker" por Paul Kalkbrenner

É difícil superar uma música que contém em si toda a emoção e mestria que necessita, com um remix. É o caso do novo remix de Paul Kalkbrenner à mais recente música de Leonard Cohen "You Want It Darker": não supera, mas recria. Apesar de a música original transmitir uma emoção muito mais forte e uma sensação de elevação muito mais épica, acho que o remix feito pelo produtor alemão não falha no seu objetivo: torna um clássico numa música de dança. A versão original tem um crescendo muito mais espiritual, seja através das linhas de baixo, dos coros, ou da própria voz, que fica muito aquém no remix, onde muita da música é anulada, pois substitui a progressão por loops. Além disso toda a orgânica é abafada por sons sintéticos, ficando a voz do cantor em segundo plano. Ainda assim, sendo uma característica normal nas músicas de dança, onde o instrumental sobressaí em relação ao resto, penso que ambas funcionam bem nos seus diferentes ambientes. Remix Original

Girl Power: As infinitas expressões da beleza feminina

Recentemente descobri na i-D uma nova vaga de séries que está a ser lançada e que explora perspectivas diferentes sobre o que é ser feminina, o que é a beleza feminina, até onde já se têm puxado os limites da liberdade de expressão das mulheres e até onde estes podem evoluir.  Por entre muitas dificuldades e preconceitos inevitáveis, movimentos surgem em todo o mundo a quebrar paredes e desmistificar o ideal massivo de como as mulheres devem parecer e ser, a insurgir-se contra uma cultura dominante que não é nem deve ser uma única opção.  A discussão de tópicos como a menstruação, a exibição e experiência do próprio corpo, o estilo e a própria maneira de ser e existir (em privado e na sociedade) mostram que a luta por uma vida mais autêntica e capaz de satisfazer a individualidade de cada uma é uma realidade que fervilha.  A coragem destas mulheres em afirmarem a sua individualidade feminina e criativa através de formas que seriam consideradas menos desejá...

The art of being yourself | Caroline McHugh | TEDxMiltonKeynesWomen

Caroline McHugh é fundadora e chefe do movimento IDOLOGY ( http://idology.eu/ ), dedicado a ajudar indivíduos e companhias a desenvolverem-se através da autenticidade e originalidade. Nesta TED Talk, "The Art Of Being Yourself", ela fala-nos do quão importante é conhecermo-nos para atingirmos realização pessoal; sendo a nossa missão enquanto seres humanos sermos cada vez mais nós próprios e sermos cada vez melhores nessa tarefa.  Através de conceitos de psicologia, de exemplos de artistas e de outros humanos, desconstrói o mito de que a realização só pode ser atingida quando dois ou mais elementos são comparados, distinguindo os complexos de inferioridade e superioridade,  ambos provas de fragilidades do ego e apresentando o complexo de interioridade como alternativa. Afinal, se cada um de nós é um aglomerado singular de experiências, sonhos, ambições e desejos diferentes, como pode a comparação ser a solução?

A arte, a ciência e a imaginação: Danielle Feinberg no mundo da Pixar

Danielle Feinberg é diretora de fotografia da Pixar Animation Studios. Começou a sua carreira em 1997 com o filme "A Bug's Life", trabalhando também em "Toy Story 2", "Monsters, Inc.", "Finding Nemo", "The Incredibles", "Ratatouille", "WALL-E" e "Brave". Nesta TED Talk Feinberg conta um pouco do seu percurso: do desejo de infância de ser artista, ao desejo adolescente de ser cientista, até encontrar o ponto de equilíbrio entre essas áreas. Hoje, a artista combina as áreas de conhecimento, usando  os computadores, a tecnologia e o código para a criação de mundos imaginários, nomeadamente através de técnicas de iluminação em filmes de animação. Uma talk inspiradora que nos incentiva a seguir os nossos sonhos:

Boom Festival: um lugar de encontro entre o corpo, a mente e o espírito

O ano de 2016 data o ano em que, ao fim de muito tempo, realizei uma das missões que já há muito me tinha proposto: ir ao Boom Festival. Um festival sobre futuro, paz, sustentabilidade, harmonia, encontro e esperança numa realidade mais equilibrada do que aquela a que somos expostos diariamente no mundo considerado evoluído e urbanizado. A edição deste ano foi marcada pela homenagem ao Shamanismo, apelando à cura do planeta da terra e à  ligação do ser humano com a natureza. Houve espaço para muitas surpresas durante os 7 dias em que o Boom se realizou. Desde de logo, a maneira incrível como o espaço é utilizado, criando na herdade um recinto que junta as mais variadas áreas artísticas e de conhecimento. Os espaços principais de música, o Dance Temple com sonoridades trance, o Alchemy Circle com sonoridades techno e o Chill Out com sonoridades mais relaxantes, vivem em construções arquitetónicas que homenageiam o psicadelismo. Os dois primeiros, de dia ricos em cores e form...

Milhões de Festa 2016, Barcelos

De 21 a 24 de Julho Barcelos ganhou vida com a já incontornável edição anual do festival Milhões de Festa. Como é normal nos cartazes que a organização apresenta, grande parte dos nomes a tocar nos três palcos disponíveis eram-me desconhecidos (gosto sempre de ir às cegas para este festival, sem grandes pesquisas no youtube ou conversas sobre os artistas). Todos os dias apresentaram surpresas sonoras que vão de certo ajudar a alimentar os próximos 365 dias. Dou destaque aos concertos de Sons of Kemet, Goat, Gaika, Bixiga 70, Islam Chipsy e Ho99o9. Fica um pequeno resumo destes 3 dias de diversão:

Documentário Tecla Tónica em Barcelos

Na quarta feira foi apresentado o Documentário  Tecla Tónica  no Teatro Gil Vicente, em Barcelos, pela mão da  ZOOM . Um documentário que explora a realidade ainda pouco conhecida do crescimento da música eletrónica em Portugal, desde os primeiros sintetizadores no país à loucura das pistas de dança. Recomendado.