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Long Shot (2019): Inteligência e diversão com Charlize Theron e Seth Rogen

Não sou especialmente dada a comédias românticas. Por isso, quando uma me faz rir so início ao fim, com piadas certeiras, agudas e inteligentes, desconfio logo que estou perante algo com valor. Não necessariamente brilhante, mas com valor.

"A Long Shot" (2019) escrito por Dan Sterling (Girls, 2012) e Liz Hannah (The Post, 2017) e realizado por Jonathan Levine, encontra-se nesse espectro. O filme mistura alguns dos temas mais acessos da contemporaniedade com cenários absolutamente ridículos, misturando drama político, romance e comédia grosseira numa receita de sucesso.
Conta o reencontro do jornalista Fred Flarsky (Seth Rogen) com a sua antiga babysitter e fantasia romântica, Charlotte Field (Charlize Theron), após se despedir do jornal independente onde trabalhava devido à sua aquisição por uma grande corporação. O filme vive da interação do casal, que garante constante química. Charlotte Field é secretária de estado e sempre foi ativista pelo ambiente e vai agora concorrer para Presidente dos Estados Unidos da América, situando o filme no contexto político das futuras eleições presidenciais norte-americanas de 2020. Para escrever os seus discursos e aumentar a sua popularidade, escolhe Flarsky, que passa a trabalhar com ela. 

Por isso, o filme toca em temas como o racismo e misoginia, à preferência pelo espetáculo e sensacionalismo em vez de ideais sociais e ambientais. O filme não se acanha na crítica ao "político estrela" tendo mesmo uma personagem que quer deixar a presidência para se dedicar aos filmes.

No entanto, esta não é a gema do filme, que nos faz rir pelas interações de Flarsky e Charlotte, assim como de várias personagens secundárias. Seth Rogen quase que interpreta Seth Rogen, uma personalidade despreocupada e autêntica que gosta de drogas e tem bons ideais. No entanto vai-se questionar à medida que a história desenvolve. Charlize interpreta uma mulher poderosa, que não quer esquecer os seus ideais e ambições de adolescente, os motivos que a envolveram na política. Além disso, e enquanto figura pública, tem de lidar com o que a improvável junção entre os dois significa para a sua campanha.

Tudo isto é acompanhado por um humor grosseiro mas divertido ao estilo de American Pie. 
Apesar de não ser um filme brilhante, faz o que é suposto fazer, rir do início ao fim. 

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