Avançar para o conteúdo principal

Pedro e Inês (2018)


"Pedro e Inês", de António Ferreira, adaptado do romance de Rosa Lobato de Faria "A Trança de Inês", não é um filme perfeito. Mas é sem dúvida um filme que abre a curiosidade sobre os caminhos que o cinema português pode trilhar.

A história é das mais conhecidas da literatura nacional, porém é tratada de uma forma fresca e moderna que a reeinventa no nosso imaginário.

O filme passa-se em três tempos principais, o passado, presente e futuro, ao que se adiciona um quarto, que é o futuro do tempo presente no qual se fecha a história desta linha narrativa.

No passado, somos transportados à época medieval que deu origem ao romance. A caracterização do tempo e dos costumes está espetacular, com linguagem adequada, bastante acção e performances tão boas como as que conhecemos de imaginários idênticos a nível internacional.
No presente, Pedro e Inês conhecem-se no gabinete de arquitectura do pai de Pedro, onde ambos trabalham, num cenário contemporâneo.
No futuro, somos apresentados a uma realidade tribal, na qual é totalmente ausente a tecnologia, sendo muito espiritualista e rural. 

Os atores são os mesmo em todos os tempos assim como os nomes dos personagens, mudando apenas o seu contexto e desfecho.

Não foi tanto a duração do filme que me incomodou, mas a maneira como é trabalhada. Por vezes assistimos ao mesmo evento passar-se nos diferentes tempos, criando uma redundância escusada. Além disso, o filme apoia-se demasiado na narração por parte de Pedro, que teria sido melhor comunicada através de imagem e acção como é próprio do cinema. Apesar de lhe conferir uma certa aura poética, não deixava de ser melhor vê-la. O filme tem também tiradas de puro génio, como é o caso do casamento real e a maneira como o conseguimos ver das diferentes perspectivas, entre outros momentos.

Assim, e apesar de tudo isso, é refrescante ver uma obra portuguesa com o nível de detalhe e pormenor que se apresenta neste filme.


Comentários