Rocketman (2019) de Dexter Fletcher, mostra-se com uma criatividade e energia adequada à personalidade que retrata. Se afirmo que a musicalidade de Elton John foi trazida ao cinema, é porque cenas de dança e canto preenchem de fantasia este filme, que conta a vida de Reginald Dwight, mais tarde tornado famoso pelo seu pseudónimo, Elton John. Sob a forma de musical, o filme é uma biografia pouco usual, mas que funciona perfeitamente na mensagem e na vibe que quer passar. A escolha de Taron Egerton é a cereja no topo do bolo, tendo o ator, além de mostrado uma performance confiante, cantado as músicas para o filme. Assim, vemos, durante duas horas, o caminho do músico até ao estrelato e as dificuldades que enfrentou, desde a infância até se tornar milionário e famoso, tomando liberdades cronológicas para se aproximar da que é a visão do próprio Elton John da sua vida. Esta não é uma biografia inspirada apenas por factos, é largamente inspirada pelas subjectividades de Elton John relativamente ao seu percurso. Assim, mais do que nos tentar dar um representação concreta da sua vida, "Rocketman" tenta fazer-nos sentir o que Elton John sentiu. O resultado é um filme vibrante e divertido, com uma visão optimista do mundo e uma enorme força, apesar de todos os precalces da vida de Elton John, desde a depressão e tentativa de suícidio à dependencia de drogas e medicamentos.
O filme é dotado de uma criatividade genial, muito estilizado do ponto de vista do guião e da cinematografia. Sendo o género musical tanto amado como odiado, foi um risco que decidiram correr na produção. Mas funciona muito bem.
O estilo do filme não é novo para o realizador, que tinha sido um dos escolhidos para "Bohemian Rapsody" (2018), acabando depois por ser subtituído mas chamado posteriormente para acabar o filme.
Apesar de excêntrico, o filme não se distrai das sensibilidades humanas que o movem. Retrata a amizade inspiradora de Elton e Bernie Taupin (Jamie Bell), o seu liricista, a destruição que a relação amorosa com John Reid (Richard Madden) lhe trouxe e a vida familiar que prejudicou o seu desenvolvimento. O filme explora os eventos que construíram a carreira e a personalidade de Elton John. E fá-lo em forma de flashback, uma vez que somos inicialmente apresentados a Elton John quando entra num círculo de reabilitação, fazendo um caminho introspectivo sobre o que o levou àquele momento.
Proveniente de uma familia disfuncional, cujos pais viviam um casamento apagado, Reg desde cedo sofreu as consequências da frieza do seu pai, militar, frio e distante para com a família. Por outro lado, a avó materna prestava-lhe atenção, uma vez que a sua mãe também demonstrava, por vezes, um comportamento frio e distante. Desde logo viram que o rapaz tinha queda para o piano e na realidade, Elton foi uma criança prodígio. Conseguia reproduzir músicas inteiras só de as ouvir.
Além do mais, o filme é pioneiro relativamente ao conteúdo homossexual, o que lhe valeu a classificação "Rated R", limitando obrigatoriamente o seu público. Bastará dizer que numa cena entre Taron Egerton (Elton) e Richard Madden (John Reid), a câmara não se intimida quando retrata a intimidade dos dois.
Se o filme tem falhas, uma delas será de certo não demonstrar mais eventos da vida de Elton John. Uma vez que sabemos que está vivo, de boa saúde e é feliz, com o marido e com os filhos, poderia ter tido algum valor ter mostrado esse desenlace. Mas talvez essa seja uma história ainda a desenrolar.
O filme é dotado de uma criatividade genial, muito estilizado do ponto de vista do guião e da cinematografia. Sendo o género musical tanto amado como odiado, foi um risco que decidiram correr na produção. Mas funciona muito bem.
O estilo do filme não é novo para o realizador, que tinha sido um dos escolhidos para "Bohemian Rapsody" (2018), acabando depois por ser subtituído mas chamado posteriormente para acabar o filme.
Apesar de excêntrico, o filme não se distrai das sensibilidades humanas que o movem. Retrata a amizade inspiradora de Elton e Bernie Taupin (Jamie Bell), o seu liricista, a destruição que a relação amorosa com John Reid (Richard Madden) lhe trouxe e a vida familiar que prejudicou o seu desenvolvimento. O filme explora os eventos que construíram a carreira e a personalidade de Elton John. E fá-lo em forma de flashback, uma vez que somos inicialmente apresentados a Elton John quando entra num círculo de reabilitação, fazendo um caminho introspectivo sobre o que o levou àquele momento.
Proveniente de uma familia disfuncional, cujos pais viviam um casamento apagado, Reg desde cedo sofreu as consequências da frieza do seu pai, militar, frio e distante para com a família. Por outro lado, a avó materna prestava-lhe atenção, uma vez que a sua mãe também demonstrava, por vezes, um comportamento frio e distante. Desde logo viram que o rapaz tinha queda para o piano e na realidade, Elton foi uma criança prodígio. Conseguia reproduzir músicas inteiras só de as ouvir.
Além do mais, o filme é pioneiro relativamente ao conteúdo homossexual, o que lhe valeu a classificação "Rated R", limitando obrigatoriamente o seu público. Bastará dizer que numa cena entre Taron Egerton (Elton) e Richard Madden (John Reid), a câmara não se intimida quando retrata a intimidade dos dois.
Se o filme tem falhas, uma delas será de certo não demonstrar mais eventos da vida de Elton John. Uma vez que sabemos que está vivo, de boa saúde e é feliz, com o marido e com os filhos, poderia ter tido algum valor ter mostrado esse desenlace. Mas talvez essa seja uma história ainda a desenrolar.
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