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Brexit: The Uncivil War (2019)


"Brexit: The Uncivil War" é o novo filme de James Graham e foca-se na personalidade do conselheiro e estrategista político Dominic Cummings, na preparação da campanha britânica para deixar a União Europeia. A performance é-nos dada por Benedict Cumberbatch e é, como sempre, brilhante. 

Apesar da performance brilhante, o filme falha em dar-nos pormenores, enquanto apresenta um ritmo acelerado que deixa muito por explicar. Como os próprios eventos se desenvolveram na realidade, parece que muito do que levou ao resultado da votação final fica escondido entre linhas, numa situação política que ainda espera por revelar as suas consequências. 

Um dos temas centrais é, no entanto, o uso da tecnologia e a imprevisibilidade que o seu uso ameaça nas campanhas políticas atuais. A estratégia de Cummings, aliado ao canadiano Zack Massingham, um dos fundadores da AggregateIQ, foi a de se focar no segmento da população que à partida não votaria,  resultando num resultado inesperado.  Para isso,  foram investidos quase 4 milhões de euros só em ferramentas digitais. 

O contraste entre a campanha Vote Leave e a Britain Stronger in Europe é também demasiado superficial. Enquanto seguimos Cummings fica pouco explícita a estratégia da fação liderada por Craig Oliver (editor de notícias britânico e ex diretor de comunicações de David Cameron), interpretado por Rory Kinnear.

Apesar de saber a um bom esboço parece-me que "Brexit: An Uncivil War" não consegue traduzir as complexidades inerentes à saída de Inglaterra da UE e falha redondamente em mostrar a realidade da população.  Todo o filme segue Cummings,  como se de uma superstar se tratasse,  retratando-o como um egomaníaco de personalidade cativante. 


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