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Daughters Of Destiny: Uma de muitas provas que vale a pena lutar por uma sociedade mais justa


Hoje falamos de "Daughters Of Destiny", série documental lançada em 2017 pela Netflix, com 4 episódios, de cerca de uma hora cada. É tempo investido. 

Daughters Of Destiny segue o crescimento, durante 7 anos, de cinco meninas de Shanti Bhavan, uma escola sem fins lucrativos situada em Bangalore, na Índia. A escola, fundada pelo filantropo Abraham George, foi criada com o objetivo de acolher as crianças mais desfavorecidas da sociedade indiana e elevá-las socialmente.


Apesar de já não se encontrar inscrito na lei, a divisão social em castas é um problema ainda muito prevalente na sociedade indiana, principalmente nas zonas rurais. Os membros da classe social mais baixa são considerados impuros e indignos de contacto com membros de castas superiores, criando um ciclo de pobreza e miséria muito difícil de quebrar. Shanti Bhavan tenta lutar contra o sistema instaurado, mas acolhe um número limitado, com a política de acolhimento de apenas uma criança família, aos 4 anos de idade, vendo-se forçada a recusar muitas outras que apenas sonham com um futuro melhor. Fá-lo, desde o primeiro dia de escola ao primeiro dia de trabalho, tentando garantir que se tornam indivíduos independentes, capazes de ajudar as suas famílias e as suas comunidades. Essa é a missão. Não é só educar, mas sim criar ativistas e líderes que ajudem a quebrar o ciclo geracional de pobreza com raízes profundas na sua sociedade. Em adultas, as crianças de Shanti Bhavan têm o dever de retribuir o apoio à escola e de ajudar outros a se emanciparem. Essa missão faz parte dos seus valores essenciais. 

A série segue apenas raparigas, desde crianças à idade adulta: Thenmozhi, Manjula, Preetha, Shilpa e Karthika. Mostra os seu desenvolvimento em diversas idades, à medida que vão sendo cada vez mais expostas à sociedade e se tornam mais conscientes da importância de tudo o que lhes foi incutido na escola. Apesar de protegidas, as crianças de Shanti Bhavan são expostas à realidade a que pertencem, ao preconceito existente e à injustiça, para que, quando formadas, sejam capazes de interagir e agir nela e, se possível, mudá-la. 
Sendo que a Índia é um país em que a mentalidade machista prevalece (em 2010 constatou-se que cerca de 51% dos homens considerou normal o abuso e violência sexuais e que 45% da população feminina casa antes dos 18 anos, nunca terminando os estudos, por exemplo) é normal que tenha sido dado grande enfoque às mulheres. Mas o problema da pobreza que as persegue não lhes é exclusivo. 

Dos alunos de Shanti Bhavan, formaram-se já profissionais nas áreas do jornalismo, do direito, da saúde ou da engenharia, sendo os primeiros das suas famílias a escolher uma profissão e a ter poder de decisão sobre as próprias vidas. 


No site do projeto humanitário podem ser feitos donativos e até submissões para voluntariado, sendo que o mínimo são 4 semanas e exige experiência prévia em meios educativos.

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