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Voldemort: Origins of The Heir (2018 fanfiction made video)

Desde 2015, e mais em 2016 e 2017, que o burburinho sobre "Voldemort: Origins of The Heir" começou a fazer-se sentir por essa internet fora. Uma longa metragem, feita por fãs de uma produtora italiana independente, com um orçamento irrisório (boatos rondam os 15.000€ arrecadados no kickstarter), sobre as origens de uns dos vilões mais populares entre todos aqueles que nasceram algures nos anos 90, o Voldemort.

Há dois dias, a 13 de janeiro, a longa metragem finalmente aparece no youtube. Depois de já a ter visto e ter de ter lutado um pouco contra o sono para cumprir os 52 minutos e 40 segundos que o filme exige, louvo os autores, desde o guião, à realização e ao acting, pela tentativa. Mas realmente a tarefa é um bocado difícil e exigente para as condições e não me agradou o resultado.


A narrativa é conduzida pelo interrogatório a Grisha Maclaggen (suposta herdeira de Gryffindor) à medida que ela vai contando a história dos 4 herdeiros dos 4 fundadores de Hogwarts (Hufflepuff, Gryffindor, Ravenclaw e Slytherin) sob a influência de veritasserum, a um dos chefes de uma base secreta soviética onde ela se encontra na tentativa de recuperar o diário de Tom Riddle, que é um Horcrux do Voldemort. O filme ocorre todo entre essa conversa e os flashbacks a que somos levados, tornando muita parte da história contada em forma de flashbacks e não mostrada através de ações = chato. 

Os atores são todos italianos e até aí tudo bem. Mas apesar de as falas serem em inglês são depois substituídas por outras vozes, com um acento british, que carateriza todo o universo do Harry Potter, o que em alguns momentos cria uma dessincronização muito estranha e que tira a credibilidade toda às cenas.

Os efeitos especiais e os cenários estão bem feitos e bonitos. A cinematografia é boa, a escolha dos planos e dos movimentos de câmara, apesar de por vezes um bocado monótona, foi bem conseguida e cumpre. Não é aí que o filme se espalha. A própria cor do filme é coerente e bonita. 

Mas o guião... é chato. Não há interação entre os personagens que chegue e não há conteúdo emocional suficiente para criarmos uma relação com eles, que aparecem  pela primeira vez (à excepção de Tom Riddle). Somos arrastados para um universo em que só conhecemos Voldemort mas onde ele raramente aparece, e andamos a navegar entre elementos que nos são hiper familiares num enredo a que somos totalmente estranhos e que no fim, nem faz assim tanto sentido (não vou contar o fim, queira alguém ver o filme). 

Além disso o filme falhou de modo crasso num dos aspetos que, para mim, é um dos centros da magia do Harry Potter (além dos efeitos especiais, das criaturas mágicas e dos objetos voadores), a inocência e coragem dos personagens. O tom do filme é sempre denso, os intervenientes são maus uns com os outros e não há nenhuma demonstração dos valores positivos a que estamos habituados quando pensamos em Hogwarts. Eu sei que este é um filme sobre o vilão mas sem algo que lhe faça contraste até a sua maldade fica esvanecida. A amizade, a coragem, o apego, a persistência, o amor à família e aos tutores/professores é substituída por uma paixoneta que Grisha tem por Tom Riddle... e isso é simplesmente pobre. Entre outras coisas. Podem ver o filme no link abaixo:


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