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The Shape Of Water (2017): O novo filme de Guillermo Del Toro é mesmo de tirar a respiração


Guillermo Del Toro volta à carga com o que melhor sabe fazer: trazer a fantasia para a realidade e deslumbrar-nos com a subtileza da sua exposição da natureza humana. The Shape Of Water (2017) é mesmo de tirar a respiração. Escrita por G.D.T. e Vanessa Taylor, esta é uma história de amor, de fascínio e de perda.

O ano é 1960 e o conflito da Guerra Fria está nas suas vibrações mais altas. Na América a ameaça soviética é motivo de alarme e tudo o que seja diferente, desconhecido e se possa questionar é gerador de medo e alvo de abate. Há uma criatura. Será boa, má? Será inteligente e poderá comunicar, ou é apenas um animal selvagem? É ou pode ser uma arma contra a URSS ou uma fraqueza? Deverá ser mantida ou executada? Estas são as questões que se colocam devido a uma espécie de peixe-homem... mas não são elas as mesmas questões que humanos fazem sobre outros humanos em contextos semelhantes?



As dúvidas de muitos dos homens mais inteligentes da América não são as mesmas de Elisa. Muda por mutilação e empregada nas instalações secretas dos agentes americanos, facilmente se identifica com a criatura que como ela, não tem facilidade em comunicar com os demais. 


A cor do filme e a criação dos ambientes tem um trabalho deslumbrante. É claramente distinguível quais os ambientes a que a criatura pertence, feitos para enaltecer as profundezas do mar, construídos de várias texturas e tons verdes e azuis, castanhos e tons escuros, e todas as que lhes fazem contraste. Também a iluminação, em low key e com sombras fortes, mostra-nos que apesar de não estar no mar, aquele peixe-homem está no sítio certo.

Guillermo Del Toro já é conhecido pelos seus sucessos na fantasia, seja por Pan's Labyrinth (2006), por Crimson Peak (2015), agora por The Shape Of Water ou por outra obra dele qualquer. O impressionante, para mim, além de todos os elementos maravilhosos que integram os seus filmes, é o contraste que ele sempre faz entre o ser humano bom e o ser humano fraco. É uma divisão natural que se cria e que se compensa, equilibrando-se sempre e tendo um desfecho esperançoso digno dos mais belos sorrisos que o cinema pode oferecer. Adoro!



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