A produção britânica Time (2021) chega-nos pelas mãos da BBC e tem no papel principal Sean Bean, que sempre eleva a fasquia de qualquer produção, juntamente com Stephen Graham, que entrega também uma performance brilhante. No formato de mini-série, conta apenas com três episódios de cerca de 1h cada.
A história segue Mark Cobden durante o cumprimento da sua pena de prisão. Logo no primeiro episódio somos apresentados a sua detenção, que vamos aos poucos descobrindo que é consequência de um homicídio não intencional por atropelamento em estado alcoólico. Mark é professor num secundário e até então os seus crimes cingiam-se ao consumo de álcool exagerado, condição que o levou a cometer o crime pelo qual é punido.
A série, que se enquadra no género de drama, foi escrita por Jimmy McGovern e realizada por Lewis Arnold.
A história é ficcional, mas apresenta a dura realidade das prisões inglesas e como quem lá entra saí (ou não chega a sair) muitas vezes mais deformado do ponto de vista da personalidade e social do que aquilo que entrou. A série expõe também as debilidades do funcionamento das cadeias inglesas e dos perigos a que expõe quem as frequenta, seja como recluso ou funcionário.
O ritmo da série é lento, o que nos remete para a passagem do tempo que a própria narrativa representa e o título salienta. No que diz respeito à cinematografia, apesar de simples e sem grandes artifícios, funciona muito bem em todos os momentos. Salientam-se uma ou outra cena mais gráfica e violenta, que não será aconselhável aos mais sensíveis. Apesar disso não é uma produção que peque por violência gratuita, sendo que todas essas cenas servem para demonstrar o choque interno do personagem que saindo de uma vida social minimamente ajustada é confrontado com os mais básicos dos instintos humanos. Fica o trailer abaixo:
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