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Malcolm & Marie (2021) O cinema reinventado em tempos de pandemia


Pelas mãos do realizador Sam Levison, também responsável pela criação da série "Euphoria" (2019), da HBO, chega à Netflix o seu novo filme, "Malcolm & Marie" (2021). O filme tem vários aspetos interessantes, um deles sendo óbvio, a adaptação da produção cinematográfica em tempos de pandemia, isolamento e restrições. É também inspirado no evento real do realizador se ter esquecido de agradecer à sua mulher numa das suas estreias.

O filme tem apenas dois atores, os protagonistas, Malcolm, interpretado por John David Washington, e Marie, interpretado por Zendaya, ambos com performances excelentes. Passa-se todo dentro de uma casa, quando o casal chega da estreia de sucesso do filme de Malcolm e entra numa espiral de emoções que revela os segredos da sua relação. 

Toda a estética do filme impõe um glamour que evoca os anos 20, e a época dourada de Hollywood, transmitida também pela cor em preto e branco. No entanto, à medida que as barreiras emocionais do casal se vão desmoronando, é-nos apresentado um ambiente mais descontraído e menos tenso. 

A cinematografia acompanha a emoção dos personagens de uma forma brilhante, movendo intensamente a câmara em momentos de grande emoção e recorrendo a planos estáticos e suaves em momentos mais calmos.

Também a banda sonora compõe esta narrativa, recorrendo a clássicos como James Brown e Duke Ellington & John Coltrane.

O filme recorre a diálogos profundos e à exploração das emoções de cada uma das personagens, numa montanha russa que questiona tanto na importância de cada uma delas como a importância do próprio cinema. 

Não sem defeitos, o filme tem um crescendo que intriga e oferece momentos de tensão e calma que nos consegue prender a atenção ao longo das suas quase duas horas.




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