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Spinning Out (2020) da Netflix


Spinning Out (2020), da Netflix, saiu a 1 de janeiro deste ano e segue Katherina Baker, uma jovem patinadora artística que sofre de bipolaridade e navega as complicações da entrada na idade adulta enquanto tenta sobreviver à sua doença e problemática família ao mesmo tempo que tenta alcançar o seu sonho de entrar nos Jogos Olímpicos. 

Se a premissa traz à memória a brilhante performance de Natalie Portman em Black Swan (2010) ou o mais recente "I, Tonya" (2017) com Margot Robbie no papel principal, a sua concretização aterra bastante longe. Apesar de a série explorar cada vez mais, à medida que os episódios avançam, questões relacionadas com a saúde mental e com os estigmas que lhe estão associados, nunca explora o interior de quem experiencia a bipolaridade. Assistimos às dificuldades de Kat e à sua perda de controlo mas nunca vemos a realidade pela perspectiva distorcida dela. Vemo-la a ela e não o que ela vê. 

Kaya Scodelario faz uma interpretação mediana, cuja emoção fica escondida por detrás da apatia da personagem principal. A ideia é a de mostrar uma rapariga abatida por causa dos medicamentos e fazer o contraste com as crises de loucura que proporcionam picos de energia, mas a atriz passa de um a outro pólo da personagem de uma maneira pouco envolvente e progressiva. O caos que a circunda é tanto que não conseguimos ter uma noção clara do que se passa dentro dela, a não ser pela respiração ofegante e fala frenética. 

Posto isto, Spinning Out (2020) acaba por valer pelas cenas de patinagem artística que sincronizadas com uma banda sonora agradável conseguem manter-nos entretidos. Fora disso, toca em demasiados temas complexos sem nunca se focar totalmente num. 


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