Foi um pouco por sorte que me esbarrei com Chimamanda Ngozi Adichie e o seu belíssimo discurso "Todos devíamos ser feministas" . Não podia ter havido encontro mais feliz. Conquistada, passei à leitura do seu romance "Americanah" (2013) que explora em profundidade temas como a identidade, raça, género, amor, sexualidade e pertença, com uma honestidade brutal capaz de nos fazer rir e corar ao mesmo tempo. É um romance repleto de agência feminina e das mais detalhadas descrições e reflexões. Ifemelu é uma jovem nigeriana a estudar nos Estados Unidos da América. Moveu-se para lá devido à ditadura militar que se instalou no seu país, para estudar Comunicação. Mal se mudou para o novo país foi apresentada a um novo conceito, que apesar de não lhe dizer nada tem raízes profundas na sociedade em que se encontra. Na Nigéria não se pensa em raça. As pessoas dividem-se por classe, religião e género, mas a raça não é relevante, uma vez que quase toda a população é negr...