Se no início temos uma personagem que nos parece bidimensional, que se vinga de homens na noite, atraindo-os para testar a sua personalidade e punindo-os quando se revelam imorais, a evolução da narrativa leva-nos aos poucos a querer saber mais dos motivos desta caça.
Pelo seu pequeno livro colorido, com a contagem de homens por com quem já esteve, percebemos que Cassandra mata quem a tenta violar quando está inconsciente, marcando a vermelho os homens que falham no teste e a azul os que conseguem passar. Jovem adulta, trabalha num café e não tem grandes ambições na vida, até que percebemos que está numa missão de redenção e vingança pela sua antiga amiga de faculdade, Nina.
Apesar de a narrativa ser linear, só nos vamos apercebendo das motivações de Cassie com o avançar da história, que se desenvolve de forma imprevisível. E o que nos parece uma vazia jovem adulta sem motivos ou sentido de vida, revela-se um ser humano sensível que tenta ultrapassar um grande trauma. Claro que mesmo assim se apresenta na pele da anti heroína, pois apesar das suas motivações serem puras e com um sentido de justiça, os homicídios que Cassie comete são tão imorais quanto o trauma por que a sua amiga passou.
Mas quando Ryan, um antigo amigo de faculdade entra na sua vida e a tentar conquistar, este estilo de vida entra em conflito com a sua relação. São dois mundos que entram em colisão, centrados numa personagem principal também dívida entre o lado bom e o lado negro. Esta dicotomia é mesmo expressa pela cinematografia do filme, recheado de cores e e formas divertidas enquanto trata de um tema negro e sombrio. É sem dúvida uma das melhores surpresas recentemente.
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