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Beyond: Two Souls (2013) .::. PS4


Já há algum tempo que andava a namorar a ideia de jogar "Beyond: Two Souls", mesmo que as reviews que ia lendo não fossem a melhor publicidade ao jogo. Apesar disso, sabia que é um drama interativo, de ficção científica, com a atriz Ellen Page a dar corpo à personagem principal. Tinha já experimentado uma demo que estava grátis na Store e, com a sorte de ter apanhado o jogo a bom preço, em 2ª mão, não houve desculpa que pegasse para não o jogar. Vejamos, então:


O jogo pode jogar-se em 2 modos. Um com a história a ser contada por ordem cronológica, e outro, como foi inicialmente concebido, em que a história vai sendo contada em ordem aleatória, com fragmentos narrativos da infância de Jodie (Ellen Page) a misturarem-se com episódios da sua adultez, ficando nós, jogadores, encarregues de fazer sentido temporal do que nos vai sendo contado. Eu escolhi jogar na forma em que o jogo foi originalmente concebido. Além disso, pode jogar-se com 1 ou 2 jogadores. Eu escolhi jogar sozinha e, por isso, ter controlo das duas personagens jogáveis, a Jodie e o Aiden, entidade invisível que coabita o seu corpo. Se à Jodie cabem as decisões importantes no desenrolar da história, a Aiden calha-lhe grande parte da ação, pelo que o controlo das duas personagens se apresenta como o melhor modo para uma experiência mais completa. 


Muito resumidamente, a história foca-se em Jodie, uma menina que nasceu com uma outra entidade dentro de si, de nome Aiden, que se apresenta como um melhor amigo ou irmão que nunca se separa. Desde cedo começa a revelar comportamentos diferentes e é por isso deixada pelos pais adoptivos no Departamento de Atividades Paranormais, ao encargo de Nathan. Lá, passa o resto da sua infância e adolescência, enquanto a estudam e, em adulta, torna-se agente da CIA. 

Do ponto de vista da história há capítulos muito calmos, em que quase não há nada para fazer. Isto dá-se, essencialmente, nos capítulos da infância de Jodie, em de que alguma forma estamos a ser introduzidos à sua experiência. Mas não sendo a história contínua, estes capítulos vão aparecendo ao longo do jogo, fazendo com que, por vezes, se torne um bocado aborrecido. Por outro lado, em grande parte dos capítulos da adultez de Jodie há bastante interatividade. Escolhas para fazer, batalhas para lutar, missões para completar, entre outras atividades. Num dos capítulos podemos andar a cavalo, noutro de mota e num outro até de submarino. Essa parte é bastante dinâmica e o ideal seria que se tivesse estendido a todo o jogo. 


Não percebi muito bem um dos capítulos, intitulado "Navajos", em que Jodie se encontra em fuga da CIA, e, ao passar pelo deserto, fica uns dias num rancho local. Lá, conhece a família que explora o rancho e fica para os ajudar, enquanto descobre um portal para o inframundo feito por antepassados, através de um ritual. 
Quer dizer, do ponto de vista estético este capítulo não tem nada a ver com os outros. Se nos deixarmos envolver, percebemos claramente que estamos num mundo de "ciência" e, de repente, passamos para um outro de total superstição. A única forma que vejo este trecho a servir a história é pelo contraste. 

Assim sendo, se compararmos com um filme ou uma série, esta é uma boa forma de receber a história de Jodie. Mas se compararmos com outros jogos do mesmo género, como os de "The Walking Dead", da Telltale, de que já aqui falei, deixa uma pouco a desejar. Não deixa, no entanto, de ser uma boa experiência.


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