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Until Dawn (2015)



Uma das ofertas disponíveis para download na ps plus este mês é o Until Dawn. Não conhecia o jogo, mas chamaram-me a atenção e despertou-me curiosidade logo por dois factores: primeiro: o facto do jogo permitir ao longo da história tomar decisões e fazer escolhas que influenciam toda a narrativa, permitindo imensas variações da história e do final do jogo (alguns falam em 256 finais possíveis, outros falam em mais. Eu só joguei uma vez.); e segundo pelo elenco. 

O jogo passa-se nas Montanhas Blackwood no Canadá e a história começa quando um grupo de amigos se junta na casa de Josh, um ano após lá terem estado e as irmãs de Josh, Hanna e Beth, terem dramaticamente desaparecido. Portanto enquanto Josh, interpretado pelo tão querido "Mr. Robot", Rami Malek, tenta esquecer e lidar com o seu trauma recente, os amigos juntam-se uma vez mais no local da tragédia, para se aventurarem pelas solitárias montanhas nevosas. 

A aventura decorre desde o início da noite até ao amanhecer, o que corresponde a cerca de 9 horas de jogo por cada finalização da história. O jogo tem imenso mistério, terror e gore, com tripas e cabeças a poder saltar dos personagens, provavelmente dependendo das escolhas que se fizer. É assustador! Há variações do jogo que permitem que todos os jovens sobrevivam, outras que nenhum. O efeito borboleta, nome dado á sequência de escolhas e suas manifestações, é a chave central do jogo, havendo escolhas que condicionam muito o desenrolar da história e outras que nem tanto. A narrativa é ainda acompanhada por pequenas cenas de uma espécie de consultório em que o psicólogo acompanha o estado mental de um personagem mistério. Podia e gostava de dar mais dicas sobre o que se passa no jogo, mas os twists inerentes ao plot pedem que não o faça. 

Se por um lado um grupo de adolescentes que contém grande parte dos estereótipos se pode tornar cliché, neste jogo essa quase futilidade casa bem com a violência e terror depois infligidos. É quase como um espaço que nos dá para respirar entre sobressaltos. Claro que em alguns momentos dei comigo a questionar "então mas porque é que ele/ela fez isto? É óbvio que quando alguém anda sozinho numa montanha ou numa mina algo de mau vai acontecer!", mas acho que isso é uma reação normal e já uma condicionante do género, que nos pede uma certa tolerância relativa a personagens que se colocam nas piores das situações. 

Os gráficos são muito bem feitos com o mapping dos atores a permitir expressões quase reais. A composição das cenas, escuras e isoladas, alternam entre espaços demasiado abertos e outros demasiado claustrofóbicos que fazem com que o jogador se sinta sempre alerta e ameaçado. As acções são-nos dadas a ver através de planos dinâmicos como high angle shots e trackings. Os autores evocam The Shinning e Psycho como referências de concepção do jogo. 

Se por um lado é divertidíssimo jogar uma espécie de quase-série, em que as partes são divididas por episódios e muito do seu conteúdo é história, por outro lado pode tornar-se aborrecido para quem prefere um pouco mais acção.

Ora, eu já tinha tentado jogar jogos de terror mas sem sucesso, sempre demasiado medricas para continuar após a primeira ou segunda tentativa. Desta vez o facto de jogar a 2 ajudou a conseguir terminar o jogo.

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