Avançar para o conteúdo principal

Boom Festival: um lugar de encontro entre o corpo, a mente e o espírito

O ano de 2016 data o ano em que, ao fim de muito tempo, realizei uma das missões que já há muito me tinha proposto: ir ao Boom Festival. Um festival sobre futuro, paz, sustentabilidade, harmonia, encontro e esperança numa realidade mais equilibrada do que aquela a que somos expostos diariamente no mundo considerado evoluído e urbanizado. A edição deste ano foi marcada pela homenagem ao Shamanismo, apelando à cura do planeta da terra e à  ligação do ser humano com a natureza.


Houve espaço para muitas surpresas durante os 7 dias em que o Boom se realizou. Desde de logo, a maneira incrível como o espaço é utilizado, criando na herdade um recinto que junta as mais variadas áreas artísticas e de conhecimento. Os espaços principais de música, o Dance Temple com sonoridades trance, o Alchemy Circle com sonoridades techno e o Chill Out com sonoridades mais relaxantes, vivem em construções arquitetónicas que homenageiam o psicadelismo. Os dois primeiros, de dia ricos em cores e formas orgânicas, tornam-se centros e projeções fluorescentes à noite. O Chill Out foi inspirado na arquitetura tibetana, em tons beges e suaves que de noite ganhavam vida. Este ano introduziu o sistema de som Ambisonics, que adiciona os movimentos ascendente e descendente ao som caraterístico do surround. Além disso o espaço Sacred Fire, mais dedicado a concertos mas também com a presença de Dj's e a realização de workshops, o que mais lembra é uma vila mágica, com estátuas de dragões, duendes e outras criaturas da mitologia e luzes pontuais a iluminar recantos da natureza.

Mas como o Boom é um festival que vai muito além da música, incluí ainda no recinto a área do Being Fields, dedicado a terapias alternativas e práticas saudáveis relacionadas com o bem estar do corpo e mente, o MOVA, museu de pintura e audiovisual, o Ark Dome, responsável por umas das projeções mais maravilhosas que já tive a oportunidade de assistir, "Infinite Horizons", a Liminal Village, onde palestras, conferências e filmes podem ser assistidos, entre outros. Sinceramente, não há um ponto do festival onde algo de interessante não esteja a acontecer: somos constantemente estimulados por algo diferente e original, seja produzido pela organização ou pelos próprios boomers. Por isso passo aqui a exaustiva análise da programação e dos artistas. Vejo o Boom como um acontecimento a ser vivido como um todo. 

Na zona da restauração as propostas são de comidas de vários países do mundo, juntamente com comidas regionais. Tudo muito saudável e fresco.

A lagoa de água quente que se estende por todo o espaço é maravilhosa e torna o calor suportável. Possível é fazer uma pausa do Dance Temple para dar um mergulho e voltar ou então pode-se optar por ficar na água a dançar.

Em todo o festival um coisa é constante: uma energia positiva de felicidade e de bem estar. Essencialmente, o Boom é um festival de 7 dias mas que acarreta consigo uma mudança de paradigma nas mentalidades que não se prende aos dias em que decorre o festival. Pessoas de todo o mundo juntam-se para conviver, partilhar, dançar, discutir soluções e caminhos alternativos. Vim de lá com um visão fresca do mundo, das suas limitações e possibilidades. Por isso mesmo, vou voltar.

Comentários