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A Way Out (2018)


Nem sempre é fácil encontrar os melhores jogos co op para jogar com companhia, em casa. Por isso, quando vi o trailer para o lançamento de "A Way Out" (2018), fiquei logo entusiasmada, tanto pela premissa que o jogo apresenta como pelo que me pareceu uma jogabilidade diversificada e divertida. Entretanto ainda não lhe tinha pegado,  por falta de oportunidade, mas finalmente consegui jogar.

A premissa do jogo é muito simples. Jogamos com Vincent e Leo,  dois homens que foram presos e vão para a cadeia. Vincent é acusado de crimes de colarinho branco e assassinato, enquanto Leo é cumpre pena por assalto à mão armada e roubo.  As diferenças de personalidade são claras,  apesar de ambos os criminosos serem perigosos. Vincent é ponderado e racional,  enquanto Leo ferve em pouca água.

Juntos,  os dois condenados decidem arranjar uma maneira de fugir da prisão.  Para isso,  o jogo recorre a várias técnicas de stealth e entreajuda,  assim como a momentos de aventura e de ação. As ações vão alternando entre os personagens, tendo ambos momentos para tudo, destacando este de outros jogos que, mesmo permitindo cooperação, se agarram a uma personagem principal e uma outra apenas a apoiá-la.

Se nos parece uma história familiar,  já explorada vezes sem conta em filmes e séries televisivas, sem grandes mistérios, certo é que vale a pena chegar a ver o desfecho da aventura que,  sem falar de mais,  nos apanha de surpresa.

O jogo foi desenvolvido na Suécia, pela Hazelight Studios, com uma pequena equipa liderada pelo cineasta Josef Fares e posteriormente lançado pela EA.

A influência do cineasta é claramente notada,  havendo cenas que sobressaem do ponto de vista da cinematografia.  É o caso da fuga da prisão que decorre em plano-sequência, sem cortes, de uma forma bastante impactante, e da diferença de perspectiva relativa às alturas entre Vincent e Leo, que sofre de vertigens. São pormenores que enriquecem toda a experiência e nos fazem entrar de forma mais profunda na vivência dos personagens. 

O ecrã divide-se em dois na maior parte do tempo,  com cada metade dedicada a cada personagem,  permitindo a visão em terceira pessoa e uma boa mobilidade a cada jogador. Noutros momentos, vemos para um personagem apresentados cutscenes enquanto a história se revela, deixando o outro jogador a interagir com o ambiente ao seu redor. 

Além da narrativa principal, pequenos jogos e atividades populam os cenários em que nos movemos. São diversos e alguns bastante engraçados, como o é, por exemplo, o de ter de aguentar o equilíbrio de uma cadeira a baloiçar. Pensando nisso isoladamente não teria nada de especial, mas uma vez que esta é uma experiência pensada para dois, estes pequenos jogos acabam por conseguir retirar umas risadas extras, sendo por isso a sua colocação bastante inteligente. 

"A Way Out" (2018) consegue manter-nos agarrados pela dinâmica que apresenta.  Se,  em certos momentos chave,  temos de tomar decisões sobre como lidar com certas situações, seja à maneira de Vincent, ou de Leo,  noutros temos perseguições de carro,  mota ou até barco,  invasões e tiroteios.  Assim,  passamos das atividades mais meticulosas a verdadeiros cenários de caos.



A narrativa não se apresenta de forma linear. Alterna entre o momento da fuga e uma viagem de avião, até apanhar esse momento e daí prosseguir. 
Sendo o jogo dedicado a duas personagens, como já mencionado, penso que será melhor jogá-lo mais do que uma vez, pois as possibilidades do desenrolar das história prendem-se com a performance delas. 


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